hoje

queimo o passado vivido numa ilha demasiado pequena para o volume da maldade que nela habita; cada dia que passa mais me distancio desse passado que não foi negro, apenas pintado com diversas cores pastel e outras garridas sobre um fundo cinzento de bruma marítima; não fugi pq ninguém pode fugir de si mesmo, ninguém foge do seu interior, transportado às costas; o mundo está de portas abertas e o sol brilha; parti sem nostalgias e sem nostalgias estou; enfim, queimo uma ilha que está cada vez mais longe, perdida numa linha de um horizonte que não traço, mas queimo-a com a cor violeta, não para destruí-la mas para transmutá-la e às suas/nossas recordações finitas. Redenção. Purificação. Liberdade.
- hoje já não me doem tanto as costas. :)